Resenha - Saga Mitrax I: A Grande Rainha

Sinopse - A Grande Rainha - Saga de Mitrax - Sérgio Roberto de Paulo

No planeta de Micropella reside uma menina simples e humilde, Aara, que foi aclamada como a Grande Rainha de Brenor, graças ao seu espírito puro. Era o ano de 1074 quando Mitrax, o principal líder dos anjos, decide se apoderar dos cristais de diferentes poderes espalhados entre os reinos. Ele envia os seus exércitos na captura desses objetos, liderados pelo príncipe gigante Tipreus e pela maga degenerada Meissa. Para enfrentá-los, Aara conta com a amizade do mago Aldebaran, professor da Ordem de Lumerae, e de seu escudeiro, o hilário Gdu. Neste primeiro livro da série A saga de Mitrax, que se situa na Era dos Grandes Reis e Rainhas, monstros, magos imortais são alguns dos grandes desafios. E a personalidade complexa dos elfos, ondinas, salamandras, entre outros, é explorada a fundo, afirmando-se como uma trama rica, de grande diferencial da literatura fantástica.

Resenha

Aara mora numa pequena Vila no Reino de Brenor. Sua vida muda completamente quando um grande exército ameaça invadir sua Vila, e decide então ir até Beliária, pedir ajuda do grande Rei Alionor para proteger os habitantes de seu lugar. No caminho encontra com Gdu, o Grande rei dos gnomos, que a ajuda a chegar até os domínios de Beliária. Ao chegar é aclamada como a Grande Rainha de Brenor, a Rainha de Copas, a Terceira, por ter um espírito puro e por alguns feitos que acabaram concretizando no título de Rainha. 

Aara fica a par do temido Mitrax, o anjo Caído que ficou na administração do mundo quando o Grande Senhor da Luz decidiu partir com os espíritos que se elevaram e não eram mais contidos. Antes de sua grande partida, o Senhor da Luz repartiu a luz em formas de cristais, separando-os entre os povos de Micropella. Entregou aos gnomos o cristal laranja, aos elfos o verde, às ondinas o azul e as salamandras deixou o vermelho. Ainda deixou um com os magos, o amarelo, que era destinado aos homens mais eles não poderiam se apoderar.  Só que Mitrax não quer mais ser apenas o senhor dos mortos, e sim também o senhor dos vivos. 

Mitrax está retornando das cinzas depois de um longo tempo desaparecido com a derrota que teve com Anahar, a Primeira Grande Rainha. Ele agora quer reunir os cristais e se tornar soberano, e junto com Meissa e Tripeus, estão mais do que nunca com sede de poder. Aara passa a ser treinada nos Dozes Ensinamentos pelo mago Aldebaran, pois só com eles estará pronta para derrotar aquele que ameaça seu mundo com as sombras.

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Que livro! Antes do início da história, o autor nos informa que para a construção de A Grande Rainha ele reuniu elementos de grandes séries como Harry Potter, Senhor dos Anéis, etc., assim como O Livro Tibetano dos Mortos e O Livro de Enoque. Foram elementos que pra mim se tornaram imperceptíveis, acho que se ele não tivesse dito nem teria notado. 

Sérgio Roberto de Paulo criou um mundo totalmente novo, e a protagonista Aara é uma das minhas personagens preferidas. Ela aceita sua condição e está determinada a lutar a favor de seu Reino, nem que isso custe sua própria vida. Todos os capítulos são repletos de ação e aventura. Muito acontece em tão poucas páginas, como bem falou, e quando dei por mim já tinha terminado de ler ele. Li ele em um dia, pra não dizer que foi em horas. O livro termina da mesma forma que acaba A Sociedade do Anel, com inúmeros pontos sem solução despertando nossa curiosidade, e ele soube conduzir isso muito bem, porque coisas que estavam no início do livro e não pareciam interessantes, no final ele nos lembrava dizendo que aquilo ainda não vai ter explicação tão cedo. Muito bom! 

Sérgio ainda causa com cenas muito impactantes. Os Doze Ensinamentos que Aara tem que passar, o Segundo foi o que mais me deixou de boca aberta, e eles não acabaram, pois se darão início na sequência. A crucificação de Aara foi surreal. Com algumas imagens ele ainda nos mostra a figura de Deus repartida ao meio entre um diálogo de Aldebaran e Aara. Ele mostra realmente a que veio. Podes acreditar que uma mosca engoliu um boi? Que patos levaram ao céu um homem, ou que uma anta se afogou numa taça de vinho? Surpreenda-se!

Dizer que amei o livro seria desnecessário, pois na mesma hora que acabei já queria relê-lo. É impressionante o talento que o autor tem e sua perspicácia com as palavras. A Grande Rainha não é apenas mais um livro sobre história Medieval, é um livro singular que promete encantar os fãs de Tolkien, assim com George R.R. Martin os conquistou.

 Douglas Brandão

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