No início da tarde a FlipZona recebeu a visita da Editora Novo
Conceito, que tem o objetivo de descobrir novos escritores brasileiros,
ainda não conhecidos. A palestra contou com os autores Chico Anes, Tamy
Luciano, Maria Fernanda Guerreiro e do editor Odir. O objetivo era falar
os prós e contras do livro digital.
Chico Anes falou sobre o seu primeiro trabalho, Sonho de Eva,
que trata do tema sonho lúdico — a possibilidade que temos de estar
sonhando e saber o que está acontecendo ao mesmo tempo, experiência que
Chico conta ter vivido. Seu livro, que mistura romance e ficção
científica, narra a história da Dra. Eva Abelar, autoridade mundial em
sonhos lúcidos, cujo filho, Joachim, uma criança autista, desaparece na
mesma noite em que sua irmã, Anna, pula do 20º andar de um edifício em
São Paulo. Anna era a principal cientista do projeto DreamGame, um
invento revolucionário que permite à pessoa jogar enquanto dorme. Eva é
convidada por Yume a assumir o lugar da irmã e, à procura de respostas,
se envolve em uma trama sobre os desejos inconscientes do homem.
Enquanto usa seus conhecimentos para desvendar a morte de Anna e
reencontrar Joachim, Eva descobre o quanto a sociedade está vulnerável à
tecnologia e aos estímulos subliminares, e como esses estímulos podem
sequestrar a liberdade e extinguir o livre-arbítrio.
Anes falou também sobre a preparação do livro nos EUA, onde estudou a
estrutura da ficção científica (thriller) e algumas regras como ação e
reação na frase, o mínimo de 16 linhas para ter um acontecimento
marcante, a sintonia da linguagem do livro com a de um filme do mesmo
gênero, a cena de impacto e de viragem, entre outros.
Tammy Luciano, a autora de Garota Replay,
falou da dificuldade de ser escritor no Brasil. Segundo ela, a
profissão aqui não é muito valorizada e os autores nacionais sofrem
preconceito. Uma característica de Tammy é que ela gosta de escrever
para os jovens, pois tenta entender a alma de cada um, a realidade da
situação. Sua obra mais recente, já citada acima, conta a história de
Thizi, uma garota do bem, apaixonada pela vida que, após uma madrugada
trágica, sente que tudo à sua volta desmorona.
Maria Fernanda Guerreiro, a atual roteirista do longa-metragem Estação Liberdade, falou sobre seu livro A filha da minha mãe e eu,
que reúne drama e ficção. No livro, Mariana descobre que está grávida e
se dá conta de que, antes de se tornar mãe, é preciso rever seu papel
como filha, tentar compreender o de sua mãe Helena e, principalmente,
perdoar a ambas. Sua história é uma revisão do passado, um processo
doloroso mas imensamente revelador.
No final, os autores discutiram os prós e os contras do livro
digital, que deve crescer muito em nosso país e pode ajudar na
divulgação de novos escritores. Já pela questão ambiental, o livro
eletrônico ainda não é ecologicamente correto, pois o descarte de
aparelhos eletrônicos não é feito corretamente aqui no Brasil. Os
autores acreditam que o livro impresso está há muito tempo na nossa
cultura e não deve ser extinto.
Maria Fernanda disse que cada um tem uma ferramenta de uso que
prefere, e que isso varia do gosto de cada pessoa. Como a quantidade de
informações que temos hoje em dia é muito grande, temos que penerar o
que vamos ler, acrescentou.
Questionado sobre o avanço da tecnologia, que poderia acabar com a
imaginação da nova geração de crianças e jovens, Chico Anes respondeu
que o medo da tecnolgia é normal e citou como exemplo a própria escrita,
que não acabou com a nossa imaginação.
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