Olá
Pessoal!
Tudo bem com vocês?
Escrevi um pequeno conto, mas
preciso da ajuda de vocês. Ele está sem desfecho. Sara é totalmente
pirada, por livros. Uma verdadeira bookaholic. Para quem não sabe o que
é bookaholic é uma pessoa assim como eu, que tem livros para esse milênio
e metade do outro, e continua a comprar. Tem uma pilha para ler,
mas não resiste a uma novidade. Sara é isso e muito mais...
Oi, meu
nome é Sara. Sarinha para os íntimos.
Sou loira, cabelos cacheados e olhos verdes. Tenho 1,69 de altura
distribuídos em um corpinho classificado como “falsa magra”. Bom, sou
assumidamente viciada em livros. Uma bookaholic de carteirinha. Quando entro em
uma livraria é como se chegasse ao tão cobiçado Eldorado. Só focalizo eles, os
desejados livros. Por isso, vou contar algumas aventuras e desventuras que
aconteceram comigo nos últimos tempos. A primeira desventura foi, na verdade,
uma aventura sem precedentes. Vergonhosa mesmo.
Sempre
que saio mais cedo do trabalho — sou secretária— passo na livraria que fica
perto do meu serviço. Em um dia desses, estava babando nas novidades, quando
alguém esbarrou nas minhas costas. Eu nem olhei para trás. A pessoa pediu
desculpas e balbuciei um “não foi nada”, sem desviar os olhos dos volumes
desejados do momento (quem não tem uma lista assim?!).
Continuei
olhando, folheando, acariciando, desejando e suspirando, sabendo que não podia
comprar mais nenhum livro — o cartão estava estourado. Entretanto, na minha cabeça, sempre dava para
levar mais um — Como toda boa viciada em leitura, sempre tenho uma reserva para
eventuais emergências literárias. Por isso, dei mais uma voltinha, entre as
bancas e estantes, quando ouvi alguém cantarolando a música “Velha Infância”
dos Tribalistas. Fui na direção da voz.
Há uns cinco metros, logo na minha
frente, estava o homem mais lindo que já vira na vida. Era um deus de ébano. As
portas do Eldorado literário se fecharam por um momento para dar lugar ao Paraíso.
Os músculos de seus braços se evidenciavam toda vez que pegava as pilhas de
livros e os colocava na prateleira. Meus olhos, inquietos, seguiam cada
movimento dele, que olhou em minha direção, sem parar de cantar: “Você é assim,
um sonho pra mim, quero te encher de beijos” Idem! Idem! Eu também quero te
encher de beijos! Acreditem, foi amor à primeira vista.
Quando pensei ir até
ele, para pedir alguma informação — é lógico que era uma desculpa esfarrapada
para puxar conversa — a moça do caixa pediu para que a substituísse por alguns
minutos. Ouvi então ele responder: Essa é minha ultima pilha. Já estou de
saída. Que voz! Parecia um trovão de tão máscula. Cada sílaba me dava um
arrepio...
—É só um
minuto — disse ela, se contorcendo.
A moça
em questão estava grávida. Como cavalheiro que era (mais um ponto para ele!), largou
o que estava fazendo para atende-la. Tive de olhar para cima quando passou ao
meu lado. Como era alto! Não pensei duas vezes, peguei um livro “qualquer” e
fui para o caixa. Tirei o dinheiro da carteira, sem ver exatamente o que estava
fazendo. Só tinha olhos para ele. Olhei o crachá. Felipe C. Martins. Olhei para suas mãos e tive mil ideias. Não acreditei
nos meus olhos, não havia aliança. Como aquele deus grego podia ainda estar
dando sopa?
“Eita, Felipão, como tu é gostosão” pensou minha diabinha interna.
Claro
que a minha anjinha, neste instante, só
sorriu com muita simpatia. Ele disse o preço e dei a grana.
"Pense em
alguma coisa, fale alguma coisa.Puxe assunto!"
—Poderia
colocar em duas sacolas? Moro longe, tenho medo que estoure.
“O quê? Um livro vai estourar a sacola? Quanta
originalidade, loira burra!”
Cala a
boca, anta! Respondi pra mim mesma.
—Sem
problemas — respondeu ele, com um sorriso meio tímido. Fiquei olhando para sua
boca. Lábios cheios, muito carnudos, dentes alinhados e super brancos. O
conjunto era perfeito.
—Mais
alguma coisa? — Perguntou.
Sim!
Quero seu telefone, seu MSN, face, twitter e o que mais quiser informar.
—Moça? —
Chamou ele.
—O quê?
—Vai
querer mais alguma coisa? — Repetiu.
Olhei
para trás. A fila estava crescendo.
—Não, não
— sorri, meio sem graça.
Peguei o
pacote, dando lugar ao próximo da fila.
E agora
o que eu faço?
“Espera ele sair, vai atrás”. A desavergonhada da minha diabinha
respondeu.
Não
posso ficar seguindo um homem pelas ruas. Onde já se viu isso! – Rebati.
“Ta bom, depois não vai ficar se
lamentando”
Tá! Tá!
Eu vou? Fiquei do lado de fora escorando um poste.
Quinze
minutos depois, ele passou ao meu lado.
Fui caminhando no seu encalço, atenta para não perdê-lo de vista. Ele
entrou no Metrô da Sé. Fui rezando para que embarcasse no sentido
Corinthians-Itaquera. Oh sorte danada! Entrei no mesmo vagão, só que em porta
diferente. E as estações foram passando.
Um
pedido, Deus: Faça com ele desembarque no Brás!
“Está querendo demais! Acha não?”
Ignorei
a observação do meu subconsciente, apelidado carinhosamente de Anta.
Deus
estava de bem comigo.
Ri
diabolicamente em pensamento quando ele desceu no Brás.
Senhor,
seria abusar demais se fizesse um último pedido?
“Está dando sopa pro azar.”
Meu papo
é com Deus, não se mete!
Meu último
pedido, ok? Que ele embarque no sentido Calmon-Viana.
“Depois, não vai dizer que não avisei.”
Ri
novamente ao me dar conta, que ele estava indo para a linha tronco.
Oh,
sorte danada!
O vagão
estava encostando. Ele correu até a plataforma que estava lotada. Quando as
portas do trem se abriram, foi um Deus nos acuda. Das duas, uma: se você fica
na frente, é empurrado, se fica atrás, pode ser derrubado e pisoteado. Por
isso, saí do caminho e esperei o povo entrar. Claro que não perdi o gostosão de
vista.
Entrei. Ele
estava de pé. Fui pedindo licença aqui e acolá até ficar ao seu lado. Me
aproximei para sentir seu perfume. Ai, tentação! O bichinho era cheiroso que
só. Entre solavancos, o trem começou a sair. Eu muito esperta, dei um esbarrão
nele.
—Desculpa
— pedi, sem olhá-lo.
—Tudo
bem — respondeu.— Ei, você estava na livraria hoje?
—Sim,
fui comprar um livro.
“Não, estúpida! Você foi comprar um
quilo de bife!”
Ignorei
novamente minha consciência.
—Eu
lembro — disse, com um sorriso estranho. —Você curte isso?
Achei a
pergunta estranha, mas respondi.
—Sim,
sou viciada.
—Viciada?
Como assim?
— Ah, um
só é pouco. Sempre pego dois ao mesmo tempo, ou um de manhã e outro à noite.
O cara
me olhou, como se eu tivesse cinco cabeças e cada uma com chifres.
“Cala a boca, vai espantar o cara”
“Sim, mas você não lê, você come, devora
e nunca está satisfeita”.
Finalmente
disse alguma coisa útil. Boa, gostei.
—Nunca
estou satisfeita, sempre quero mais.
—Mais?
—Sim,
queria ser capaz de aumentar esse número.
Ele
limpou a garganta.
—E qual
seria o número ideal?
—Não
tenho um exato. Acho que acima de três estaria ótimo.
—No
mesmo dia?— perguntou ele, me olhando com indisfarçável admiração.
Sorri
toda feliz.
—É, no
mesmo dia. Tive exemplos na infância, na adolescência e trouxe esse hábito para
a vida adulta. Papai sempre dizia, que a prática gera mais conhecimento.
Ele não
respondeu, mas ficou com a boca aberta por alguns segundos. Tive a ligeira
impressão que o cara ficou incomodado.
“Claro que ele ficou incomodado. Quem
ouve você falar, tem a certeza que só vive pra isso”
Ok,
desta vez você tem razão.Vou tentar consertar.
— Nas
minhas horas de almoço, também me ocupava com isso.
—O quê?
—
Hoje, reservo essas horinhas para descansar.
Tenho
certeza que ele suspirou de alívio. Sorri mais confiante.
—Só
volto ao hábito quando chego em casa — sorri novamente. — Mas não dou bobeira,
para repor a hora perdida, revezo entre um e outro.
Ele
simplesmente abriu a boca e fechou novamente. “Ferrou! O cara te acha uma louca”
Ignorar,
ignorar. Não dei ouvidos à ela novamente.
As
estações foram passando e o cara continuava mudo.
— A
minha é a próxima. Bom, foi bom falar com você.
A
próxima era a USP Leste.
—Tudo
bem. A gente se vê.
Ele não
concordou e nem discordou. Sorriu levemente e desceu. Fiquei olhando. Olha para
trás! Gritou meu cérebro. Se ele olhasse, teria uma segunda chance. Ele não
olhou. Que droga! Fiz o resto do percurso tentando saber onde errei.
Ao
chegar em casa, me joguei no sofá. Fiquei tão fascinada pelo cara, que nem
sabia que livro tinha comprado. Tirei o livro e gelei: era o Kama Sutra Ilustrado.
Meus olhos saltaram das órbitas. Toda a conversa com o Felipe voltou na minha
cabeça.
Fiquei
branca de repente. Depois meu rosto foi assumindo o rosa, para finalmente dar
lugar ao vermelho escarlate. Cristo!
“Eu avisei. Deu bobeira pro azar”
Oh
merda!Como você é chata! E agora? O cara dos meus sonhos, acha que sou
compulsiva, mas não por livros e sim por sexo! O que eu faço? Vou atrás dele e
tento explicar? Ou deixo pra lá?
Agora
pergunto a vocês. O que eu devo fazer? Qual a melhor saída?
Vamos ajudar a Sara? A ideia mais original, para o desfecho ganhará
muitos marcadores.Um monte mesmo.E ai, qual sua ideia?
Deixe seu comentário neste post. Vocês tem até dia 05/09/2012 para mandar bem,
pode mandar quantos quiser.
4 comentários:
Nossa gostei demais.bem se ele trabalha na livraria iria lá devolver o livro e tentaria
explicar, dizendo que ele devia acha lá maluca e pela conversa que tiveram, mas que ama vá a leitura e os livros e que tinha pegado o mesmo por engano, e que estava constrangida em ver que tinha pegado o livro e ainda dizer ama vá o mesmo. Bitokas
Olha o desfecho:
Passei a noite toda planejando tudo. Não tinha certeza se seria ou não uma boa desculpa, mas tinha que pô-la em prática. Não podia deixar um deus-grego daqueles achar que eu sou uma ninfomaníaca, uma doida por sexo com incontáveis fetiches.
No dia seguinte, ao sair do trabalho no almoço, cheguei a livraria com o idiota do Kama Sutra ilustrado na bolsa, que naquela hora, parecia pesar uma tonelada. Parei estupefata quando o vi descarregando várias caixas de um pequeno carrinho (tipo esses de golfe)e logo de imediato pegando os lançamentos de uma editora brasileira, que no momento, estava arrasando nos seus últimos lançamentos com kits e tudo o mais.
Segui em frente logo que o Lipão começou a organizar os livros nas pratileiras. Ele ainda não me notara, e estava com medo de que ele saisse correndo de mim, visto que pensava que eu era uma sádica e parecia estar perseguindo-o.
- Oi! - disse se jeito, meu coração querendo saltar pra fora e execultar uma lambada com o dele.
- Você? - ele franziu as sombrancelhas, e logo depois deu um sorriso enigmático.
- Olá, voltei mais uma vez. Vim aqui para saber se poderia trocar o livro que comprei ontem, não era o que eu queria. Estava com muita pressa e não vi o que eu pegara. Não sabe a vergonha que passei ontem - disse lhe entregando o livro.
Ao ver a capa, deu mais um sorrisinho daqueles.
- Mas eu pensei...
- Não é nada disso, peço-lhe desculpas pelo o ocorrido ontem, você deve achar que sou uma tarada, mas o livro que eu estava mesmo procurando era a Bíblia, será que aqui não tem uma? Frequento a igreja da minha rua, e como disse, passei uma enorme vegonha quando o tirei da bolsa ontem - ri desesperadamente querendo-o que achasse que aquilo era verdade.
- Acho que é muito difícil comparar uma Bíblia com o Kama Sutra, não?
- Acredite ou não, é verdade.
...
Tava sem ideia, acreditava que sairia uma coisa boa, mas não acho que ficou legal.
Se eu pensar uma coisa melhor, comento aqui novamente.
Marcia querida, passei um dia inteiro pensando nisso, em uma saida. Confesso que pensei em coisas bem safadenhas rs mas cheguei a conclusão que seria o que eu faria nessa situação e ficou assim:
"Sara passou o dia seguinte pensando em uma boa desculpa para o que aconteceu e acabou fazendo uma pequena lista de possibilidades:
*Falar a verdade? Há possibilidade, mas ele vai achar que sou uma maluca, quase uma Beck Bloom dos livros, então sem chance;
*Convida-lo a praticar os assuntos do livro? Muito ousado, vai pensar que sou fácil ou coisa pior, se é que já não pensa;
*Inventar uma desculpa? Escolho a 3º mas tem que ser bem bolada.
A caminho da livraria surgiu a ideia e Sara tratou logo de por em pratica. A sorte estava a seu lado, quando entrou na loja Felipe estava sozinho organizando uns livros, então Sara tratou logo de por em prática.
“É agora, ou vai ou racha” pensou.
-Oi, tudo bom? Vim realizar uma troca, será que poderia me ajudar?
-Claro, deixe me ver o livro.
-Aqui está.
-Mas ele esta perfeito, por que quer trocar?
-Ah, ontem fui a uma festinha com as amigas, ele era um presente pra uma delas, pra apimentar a relação dela, sabe? Só que aconteceu de ela ganhar o mesmo livro duas vezes, então vim trocar por um diferente.
-Entendo… mas você não disse que gostava e tal, não que seja da minha conta, então pensei…
-OMG, não me diga que, você pensou que…
-É, mas você deu a entender. Ele falou todo envergonhado, que fofo *-*
-Pensei que estava falando do outro livro que comprei outro dia.
-Que outro?
-Esse de receitas de bolinhos, eu adoro, faço cada uma, as vezes faço uma, duas, até três por dia.
-Isso explixa muita coisa… eu adoro bolinhos sabe? Mil desculpas pelo mal entendido.
-Que isso, eu em seu lugar pensaria a mesma coisa. Sabe, se você quiser, a gente pode sair pra comer uns e depois posso preparar uns pra você.
-Claro, eu adoraria. Agora, por qual livro você gostaria de trocar esse?
-Eu não sei, tem alguma sugestão?
-Tenho várias, adoro ler, esse daki é muito bom, as mulheres adoram um romance e esse é otimo.
'Ai, além de lindo, ama ler, que sonho'
-Vou levar esse então, obrigada. Então, no sabado está bom para você?
-Está otimo, a gente se encontra naquela cafeteria da esquina, é otima.
-Então ta, nos vemos lá.
Saindo da livraria Sara não acreditava na sorte que tinha, além de ter resolvido o mal entendido, conseguiu um encontro além de um livro super desejado. A vida era boa demais…
FIM''
Espero que goste Marcia.
Bj
Adorei a história, mas infelizmente não tenho criatividade pra competir com essa turminha aí de cima,rsrs!!! Mal espero pra saber qual final vc vai escolher,hahahaha! Adorei todos!!!Bjo!
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